A todo momento, vemo-nos interrompidos por aparatos tecnológicos de comunicação, a ponto de hoje termos desenvolvido alto grau de tolerância com relação à contínua interrupção de nossa atenção.
O esfacelamento de nossa capacidade de concentração e de memória, a demora crescente na execução de tarefas, bem como o comprometimento de sua qualidade, têm muito a ver com isso.
Em tese, é uma questão de permitir ou não que isso aconteça, de ligar ou desligar, conectar-se ou desconectar-se, exceto o fato de termos desenvolvido a crença de que não podemos viver sem as tecnologias de comunicação, onde trabalho e entretenimento se misturam.
E assim, submissos, vamos deixando o importante e o interessante (que pedem mais concentração) para o fim da fila, a eles reservamos o mínimo de tempo.
Está visto: alegremente, estamos deixando que essas tecnologias nos governem, em vez de utilizá-las como ferramentas, seja de trabalho ou de diversão, como reza a teoria.
O caso então é de fazer a reversão: exercitar a vontade em face desse ladrão de concentração, não se deixar levar por suas ondas, ter a mente de volta, diante dos apelos à desatenção, aplicando-a na resolução de tarefas, listando-as, priorizando-as e utilizando períodos específicos para cada uma delas.
Ver tudo e fazer tudo ao mesmo tempo (apelos para isso não faltam) é ate possível, mas querer que haja aí perfeição é outra coisa. Por uma questão de configuração cerebral, erros ocorrem -- e tanto podem ser pequenos, como grandes.
Tendo, portanto, sob controle os fatores de dispersão da atenção é possível resgatar a capacidade de se concentrar.